11 Perspectivas de um só drama
Tal como o nome sugere, não se trata de um filme, mas antes um conjunto de onze pequenas obras cinematográficas - de outros tantos autores – apresentadas sequencialmente e orquestradas sob a batuta do maestro do projecto, o reputado cineasta francês Claude Lelouch.
Partindo do atentado contra o World Trade Center, a obra não se restringe à inspiração dos trágicos eventos do 11 de Setembro de 2001. Tem o especial condão de ser, que se saiba, o primeiro olhar cinematográfico a que os acontecimentos daquele dia deram origem. A primeira constatação, inevitável, é a heterogeneidade de estilos evidenciada na arte de filmar.
A liberdade na concepção das curtas-metragens, desde logo apresentado pela produção como um objectivo primordial, acaba por se traduzir naturalmente nos trabalhos filmados pelos onze cineastas.
À partida, não se esperaria que um realizador do Burkina-Faso ou do Irão dispusesse dos mesmos expedientes (sobretudo ao nível da produção) dos seus colegas europeus da França ou Inglaterra e essa diferença de cadências produtivas acaba mesmo por se revelar um dos pontos de maior interesse nesta obra de conjunto.
Por outro lado, uma outra evidência salta à vista. Apesar do rol de realizadores preencher os vários cantos do mundo (Europa Ocidental e Oriental, América do Norte e Central, Norte de Africa e Austral, Extremo Oriente e Sudeste Asiático), não deixa de ser notório a falta de um representante da América do Sul (o México acaba por ser o único consignatário latino americano, com um cinema cada vez mais próximo do vizinho do norte que do universo cinematográfico reconhecido a sul das Caraíbas).
De resto, dos países envolvidos no projecto constam: Irão, França, Israel, India, Egipto, México, EUA, Inglaterra, Burkina-Faso, Bósnia-Herzegovina e Japão. Podemos mesmo afirmar, que 11 Perspectivas apresenta-se assim como um autêntico festival cinematográfico e multicultural inserido numa só obra. 11 perspectivas de autor (entre eles alguns nomes bem emblemáticos como Chahine, Lelouch, Loach ou Imamura) de um só drama.
alberto guerreiro | milton dias
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