Thursday, June 30, 2005

EM ÓRBITA Das Megalópolis do Futuro: 2046 – WONG KAR-WAI no espaço estético e conceptual futurista

Na periferia do ciclo Techno-Tokyo ou as Megalópolis do Futuro, apresenta-se o último filme de Wong Kar-wai, um dos grandes mestres actuais do cinema mundial: 2046. Esta sequela que traz de volta a personagem masculina de Disponível para Amar (In The Mood For Love: 2000), interpretado por Tony Leung, encontra-se à partida nos antípodas do ciclo proposto cuja incidência recaiu exclusivamente no cinema animado japonês – anime manga - da última década. O primeiro antagonismo é desde logo o facto de este não se tratar de um filme de animação e muito menos numa visão apocalíptica do universo. A ligação, aqui quase subliminar, estabelece-se na conotação estética e conceptual que este filme apresenta sobre o futuro, veiculada na ficção científica idealizada pela personagem principal (Chow Mo-Wan): um espaço localizado em 2046, composto num belo cenário futurista digital, onde se encontram todas as memórias e onde nada se esquece. O filme conta ainda com a presença da bela e misteriosa Gong Li, para muitos a última das grandes divas da 7.ª Arte.

2046
Realizado por Wong Kar-wai
Hong Kong/ China/França/Alemanha, 2004 Cor – 109 min.
Com: Tony Leung Chiu-wai, Gong Li, Faye Wong [Wang Fei], Kimura Takuya, Zhang Ziyi, Carina Lau Ka-ling, Chang Chen, Tongchai McIntyre, Dong Jie, Wang Sum, Siu Ping-lam, Maggie Cheung Man-yuk.

Chow (Leung) é um jornalista que ganha a vida a escrever ficção para um jornal. Actualmente, dedica-se a "2046", uma história futurista sobre um lugar ou um ano para onde as personagens se deslocam à procura das suas memórias perdidas. Depois de passar algum tempo em Singapura, regressa a Hong Kong e fica hospedado num hotel pequeno, mas com quartos suficientes para existir o número 2046. Esse número recorda-lhe a relação frustrada com Su Lizhen (Cheung), anos atrás, e pede ao dono (Wang) para ficar ali alojado, mas este sugere-lhe o 2047, enquanto o 2046 está em obras. O quarto inicialmente almejado acaba por ser ocupado por Bai Ling (Zhang), com quem Chow passa a encontrar-se regularmente.

7.ª à 5.ª apresenta: EM ÓRBITA - Sessões Especiais

A partir do dia 30 de Junho, a 7. ª à 5.ª apresenta uma nova rubrica temática de cinema denominada Em Órbita. Tal como o nome indica, a rubrica inscreve-se de forma periférica aos próprios ciclos divulgados por esta iniciativa estabelecendo no entanto com eles uma ligação ténue mas pertinente aos temas de cada evento mensal.

Essa ligação, que pode ir desde a relação biográfica dos autores, à interconotação estética, artística, conceptual ou ainda à contextualização histórica, é activada pela apresentação de um filme por mês.

Esta nova inscrição no espaço de programação é encarada como fundamental aos propósitos avançados, pela própria 7.ª à 5.ª, de reflexão e interpelação total sobre o cinema, dando ao público e cinéfilos em geral, através da apresentação de universos paralelos ao tema, aparentemente antagónicos, uma perspectiva mais abrangente e aprofundada de cada ciclo divulgado.

As sessões integradas no espaço Em Órbita, não se regem à partida por uma lógica de programação rígida, comum àquela que estabelece as linhas de orientação dos ciclos, mas antes pela liberdade de movimentação num espaço de rota autónomo ainda que sempre imanada por uma força de atracção que as une ao universo filmíco apresentado para cada mês.

Wednesday, June 22, 2005

Akira

Realização: Katsuhiro Otomo
Japão, 1987

O filme foi lançado no Japão em 16 de Julho de 1988, arrecadou milhões, abocanhou dezenas de prémios internacionais e consagrou o seu autor, Katsuhiro Otomo, como um dos maiores mestres da animação mundial. "Akira" é baseado no manga homónimo, um clássico japonês com mais de 2000 páginas.

O "anime" passa-se numa Tokyo (hoje chamada de Neo Tokyo) já abalada por uma Terceira Guerra Mundial, e o ano é 2019. Gangs de motards povoam uma nova cidade aterrorizada por grupos anti-governamentais.

AKIRA faz jus a tanta fama?

Sem dúvida alguma! Com uma animação impecável, a cargo de Nakamura Takashi, "design" nas mãos de Mizutani Toshimaru, uma banda sonora perfeita desenvolvida por Yamashiro Geino e argumento por conta de Hashimoto Izo e o próprio Katsuhiro Otomo, AKIRA é uma das melhores longa-metragens de todos os tempos.
São 124 minutos de pura acção, suspense e terror, colocados lado-a-lado a uma trama psicológica de nos deixar de boca aberta.

Wednesday, June 15, 2005

Blood - The Last Vampire

Realização: Hiroyuki Kitakubo
Japão, 2001

Blood - The Last Vampire possui apenas 48 minutos de duração e é para quem gosta de sangue, muito sangue!

Passa-se numa base americana (Yokota Air Force Base), pouco antes da guerra do Vietname eclodir (1966), e conta a história de Saya, uma mestra na arte de manipular espadas. Uma caçadora silenciosa e misteriosa que fareja o seu oponente e vai ao seu encalço, até o destruirPara quem aprecia ambientes obscuros, músicas envolventes e animação de alta qualidade, este ‘anime’ é obrigatório, pois regularmente a imagem aparece-nos como num filme, mudando de perspectiva suavemente, e as personagens 2D misturam-se com o cenário de forma impressionante.
A banda sonora variando entre orquestra e jazz é outro ponto alto... cria toda uma ambiência, uma atmosfera fria, dando um realismo ainda maior às cenas.

Blood desenvolve uma sequência de cenas impressionantes, mas fica-se com aquela impressão de se estar a assistir a um episódio de alguma série de terror, pois parece que algo começou há muito tempo e está a caminhar para o final... mas, na realidade, nada disso acontece. Não espere muito de Blood, pois a história já tem o seu final antes mesmo de começar. Não há mistério.

Outra coisa que também chama a atenção em Blood são os diálogos, na sua grande maioria em inglês, o que é uma raridade, e percebe-se que é o inglês britânico (mais raro ainda), pois não se ouve o calão, tão comum no inglês americano.

O filme impressiona pela qualidade visual, ficando no ar uma pergunta sem resposta: o que Saya realmente é? Caçadora ou presa? Isso fica a cargo da imaginação de cada um.

Thursday, June 09, 2005

Metropolis

Realização: Rintaro
Japão, 2001

Metropolis é a fascinante história futurista da intemporal luta de classes no seio da civilização humana. Esta história, no entanto, tem uma variação futurista - a divisão de classes não é entre os humanos, mas entre os humanos e os humanóides, robôs sensíveis ao dispôr da luxuosa existência dos humanos.Passado numa cidade do futuro, no auge da sua civilização, Metropolis conta a história de Tima - uma bela e misteriosa humanóide feminina que não percebe que é um robô.É Tima que tem que se descobrir a ela própria, ao mesmo tempo que estabelece a ponte entre os humanos e os robôs humanóides de Metropolis. Tima tem de parar o tenebroso ditador de Metropolis, Reddoko... e salvar toda a cidade.

Monday, June 06, 2005

Junho | Ciclo "TECHNO-TOKYO" ou as Megalópolis do Futuro

09_06:
"Metropolis" de Rintaro

16_06:
"Blood - The Last Vampire" de Hiroyuki Kitakubo

23_06:
"Akira" de Katsuhiro Otomo

+

Em órbita (sessões especiais da 7.ª à 5.ª)

30_06:
"2046" de Wong Kar-Wai