Monday, February 21, 2005

Lost In Translation – o amor é um lugar estranho

Título original: Lost In Translation
Realização: Sofia Coppola
Intérpretes: Bill Murray, Scarlett Johansson, Giovanni Ribisi, Anna Faris
EUA, 2003

Bob Harris (Bill Murray) e Charlotte (Scarlett Johansson) são dois americanos em Tóquio.

Bob é uma estrela de cinema que está na cidade para gravar um anúncio a um whiskey, enquanto Charlotte é uma jovem que anda a reboque do marido, um fotógrafo viciado em trabalho (Giovanni Ribisi).

Incapazes de dormir, os caminhos de Bob e Charlotte cruzam-se, uma noite, no luxuoso bar do hotel. Este encontro patrocinado pelo acaso torna-se, rapidamente, uma amizade.

Charlotte e Bob aventuram-se por Tóquio, tendo por vezes encontros hilariantes com os seus habitantes para, finalmente, descobrirem uma nova crença nas possibilidades da vida.

Friday, February 18, 2005

3.ª sessão - ESGOTADA!

Como não há duas sem três, a 3.ª sessão dos ciclos organizados pela 7.ª à 5.ª esgotou! Foi com enorme agrado e até alguma surpresa que se verificou a total adesão do público ao evento, provando-se mais uma vez, que temos cinéfilos em Alcobaça.

A organização da sessão obrigou a um pequeno ajuste na distribuição dos lugares da sala, advento ainda da necessidade de contornar algumas limitações que o Pequeno Auditório impõe, facto que levou a que o número de acentos fosse reduzido em 10 lugares ao suprimir-se a fila A.

Esta medida vem de encontro da comodidade de todos uma vez que o preenchimento da referida fila trazia alguns problemas de visualização das películas por parte do público sentado nas últimas filas (sobretudo no que toca à leitura de legendas). Problemas estes que a iniciativa 7.ª à 5.ª tem aproveitado nesta fase, ainda experimental, para os contornar na convicção que tudo em Março estará normalizado na altura do arranque definitivo desta iniciativa com o ciclo dedicado ao cinema brasileiro.

Mais uma vez, estas situações, obrigaram a organização a proceder a uma comunicação antes da projecção do filme, aproveitando-se igualmente para saudar o público que tem acedido ao evento de forma inequívoca e interessada. Têm surgido ainda algumas situações confusas quanto às reservas dos bilhetes-convite onde se verifica que algumas pessoas tem levantado os ingressos de forma tardia (ou seja, em cima do acontecimento ou após a hora de início da sessão).

Esta situação obrigou a organização a estabelecer algumas regras quanto às reservas de entrada para os ciclos: que a partir de agora devem ser levantados somente às 5.ªs Feiras, entre as 20h30 e as 21h15 (caso não o façam o público ficará sujeito à própria lotação do evento).

Nós compreendemos a ansiedade do público, sinónimo aqui também da própria aceitação que as sessões têm tido, mas num esforço de regularização do acesso às mesmas, para satisfação futura de todos, foi necessário estabelecer alguma norma nas entradas.

Quanto à projecção, como já tínhamos mencionado anteriormente, tratava-se do belíssimo filme de Tim Burton: ‘O Grande Peixe’, que nos dá uma perspectiva optimista sobre a vida e onde está patente toda a qualidade cinematográfica do autor cujos universos fantásticos e sombrios têm aqui lugar numa visão bem mais colorida que o costume (um pouco ao jeito de uma outra obra sua anterior, Eduardo Mãos de Tesoura). O público pereceu ter interiorizado bem todo o optimismo e cor do filme quando à saída da sessão eram perceptíveis as suas expressões sorridentes.

Esta sessão faz-nos enunciar algo que a 7.ª à 5.ª acredita convictamente, isto é, no fundo quando há bom cinema, afinal, há [bom] público! Viva a 7.ª Arte!
a.g. - m.d.

Monday, February 14, 2005

O Grande Peixe

Título original: Big Fish
Realização: Tim Burton
Intérpretes: Ewan McGregor, Albert Finney, Billy Crudup, Jessica Lange, Alison Lohman, Helena Bonham Carter, Steve Buscemi, Danny DeVito, Matthew McGrory
EUA, 2003

Edward Bloom (Albert Finney) sempre foi um contador de histórias sobre a sua vida quando era jovem (Ewan McGregor). Foi uma época em que a sua vontade de viajar o levou numa improvável e mítica jornada, de uma pequena cidade no Alabama ao resto do mundo, para depois regressar outra vez. Os seus relatos são contos épicos que envolvem gigantes, lobisomens, uma floresta assombrada, uma bruxa com um olho, cantoras de salão siamesas e, naturalmente, um grande peixe que se recusa a ser apanhado.
Com as suas histórias inacreditáveis, mas mágicas e deliciosas, Bloom encanta quase todos os que encontra, excepto o seu próprio filho, Will (Billy Crudup), que se afasta. Quando Edward adoece, a sua esposa, Sandra (Jessica Lange), vai tentar juntá-los, mas Will vai querer conhecer a "verdadeira" história do seu progenitor. Para tal, irá tentar reconstruir essa vida, entre o pouco que realmente conhece e as lendas e mitos que ouviu toda a sua vida. Ao aprender a separar os factos da ficção, Will vai finalmente compreender os grandes feitos e fracassos da vida do seu enfermo pai. A aventura de uma vida para lá da vida...

Friday, February 11, 2005

2.ª Sessão - ESGOTADA!

Esta segunda sessão tinha como principal curiosidade a confirmação ou não da total ligação do público ao evento mesmo após a ocorrência de alguns problemas técnicos na primeira sessão. Até porque no início da semana tinham chegado ecos de alguma insatisfação em relação à própria produção do evento, com a alusão mesmo a algumas situações inexistentes... A melhor resposta a todas estas dúvidas foi dada pelo próprio público alcobacense que ocorreu à segunda sessão do mesmo modo que a primeira, ou seja, esgotando o Pequeno-Auditório.

Verificou-se que uma parte deste público já tinha comparecido na primeira sessão (talvez se comece aqui a delinear um esboço de fidelidade aos ciclos, contudo ainda é muito cedo para tirar este tipo de conclusões). Constatou-se igualmente a assistência de muitos estreantes e uma camada mais jovem de público que a presente na projecção anterior, facto que não terá sido indiferente o próprio programa da noite que tinha como chamariz o filme Adeus, Lenine! de Wolfgang Becker.

A história do relacionamento de um jovem alemão com a sua mãe e a destes com a revolução socio-cultural que a queda do muro de Berlin provocara na Alemanha oriental. Obra esta que criou sensação nos últimos dois anos e que foi encarada por muitos críticos como um sinal do ressurgimento da vitalidade do cinema alemão (uma posição a discutir quem sabe brevemente neste ou noutro forum).

No entanto, a organização não quis deixar de comunicar à assistência, momentos antes da projecção do filme, o quanto lamentava a ocorrência de problemas técnicos na sessão anterior, lembrando que até Março (altura do ciclo temático Os Brasileiros) as sessões integradas na iniciativa da 7:ª à 5.ª serão necessáriamente experimentais, servindo para testar as condições da sala e dos equipamentos.

Nesta segunda sessão, as condicionantes técnicas negativas ocorridas anteriormente foram ultrapassadas – ainda não totalmente como a organização gostaria mas de forma satisfatória à produção deste tipo de eventos – e o público pôde então assistir tranquilamente ao filme e usufruir da magia do cinema.

Nesta comunicação, a organização não quis também deixar de saudar o espírito cinéfilo do público alcobacense que apesar das contrariedades verificadas na 1.ª sessão comparecia agora em força à segunda, esgotando uma vez mais a sala.

A segunda aposta dos ciclos estava ganha e aguarda-se agora a próxima que terá como atracção o belíssimo filme de Tim Burton, O Grande Peixe, mais uma obra a ver pelos amantes da 7.ª arte. Viva então o cinema!
a.g. - m.d.

Wednesday, February 09, 2005

Adeus Lenine!

Título original: Good bye, Lenin!
Realizador: Wolfgang Becker
Intérpretes: Daniel Brühl, Kathrin Sass, Maria Simon, Chulpan Khamatova, Florian Lukas, Alexander Beyer
EUA, 2003

Outubro de 1989 era uma má altura para ficar em coma, para quem vivesse na Alemanha de Leste - mas é precisamente o que acontece à mãe de Alex (Daniel Brühl), um activista do progresso social. Oito meses depois, para surpresa de todos, Christiane (Katrin Sass) acorda do seu coma. Mas o seu país mudou radicalmente e ela desperta numa Alemanha capitalista.
O seu coração está tão fraco que o menor choque pode levá-la à morte. E afinal, o que poderá ser mais dramático do que a queda do muro e o triunfo do capitalismo sobre o seu país?
Para salvar a mãe, Alex decide ocultar todos os factos políticos, e para isso transforma os 79 metros quadrados do seu apartamento numa colónia de recordações onde a mãe é levada a acreditar que nada mudou na sua ausência.
Numa maravilhosa, comovente e ao mesmo tempo divertida comédia, Wolfgang Becker (Life is all you get) relata a história de um filho que vai até ao limite das suas forças para conseguir o milagre de salvar a sua mãe e fazê-la acreditar que apesar de tudo, Lenine conseguiu realmente vencer!
Aconselhamos: banda sonora da autoria de Yann Tiersen

Friday, February 04, 2005

1.ª Sessão - ESGOTADA!

Ontem (03 de Fev) deu-se o arranque de uma nova corrente de ciclos temáticos de cinema em Alcobaça.

Cumprindo o lema que inspira a iniciativa 7.ª à 5.ª - Tentar o Cinema - a primeira sessão teve lugar no espaço intimista do Pequeno Auditório do Cine-Teatro de Alcobaça, sob os auspícios de uma noite fria, pouco convidativa a saídas nocturnas e à distância do mediatismo do debate político transmitido à mesma hora do evento.

A cidade de Alcobaça provou estar ligada ao cinema e mesmo perante os condicionalismos inerentes à adesão a um evento ainda em fase experimental, esgotou por completo a primeira sessão dando assim início a uma relação cinéfila que se pretende recíproca e prolongada no tempo.

O próprio público fez juz ao espírito do evento ao demonstrar toda a disponibilidade em adaptar-se a algumas das imposições que inesperadamente surgiram ao longo da sessão: sobretudo aquelas ligadas à dificuldade no visionamento da película na íntegra por uma parte do público.

Tratando-se de uma sessão inaugural e de teste das próprias condições de produção do evento, o público encarou naturalmente esta dificuldade e fez vincar toda a sua alma cinéfila ao adaptar-se livremente a esta contrariedade (seja cumprindo o tempo integral da sessão em pé, seja ao sentar-se no chão do auditório). Problema este que a organização obviamente lamenta e que se propôs desde logo a ultrapassar na sessão seguinte.

Quanto ao filme - A Paixão de Cristo - tinha sido escolhido sob a égide do próprio ciclo de abertura, isto é, a mostra de algumas das obras importantes dos últimos anos que, por razões de inexistência de um espaço de projecção comercial de cinema, passaram ao largo do circuito alcobacense, teve o condão de ser o primeiro, muito devido à própria polémica e discussão que provocou a todos os níveis ao longo do ano de 2004 (até em relação à sua própria qualidade artística), demonstrando ser uma aposta ganha uma vez que se depreendeu desde logo que se tratava de uma película que o público queria visionar, até mesmo para criticar.

Faltava, agora, saber se este início tinha sido um mero golpe de sorte, talvez devido à escolha de um filme mediático, ou se se tratava de puro espírito cinéfilo a dinamizar o evento...

a.g. - m.d.

Wednesday, February 02, 2005

A Paixão de Cristo

Título original: The Passion of the Christ
Realização: Mel Gibson
Intérpretes: Jim Caviezel, Maia Morgenstern, Monica Bellucci, Rosalinda Celentano, Sergio Rubini, Ivano Marescotti, Hristo Jivkov, Hristo Naumov Shopov, Mattia Sbragia
EUA, 2004

"Vocês são meus amigos.
Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos."


Este é o relato das últimas 12 horas da vida de Jesus de Nazaré. O filme começa no monte das Oliveiras, para onde Jesus se deslocou para rezar após A Última Ceia, e onde é tentado por Satanás. Traído por Judas, Jesus é preso e levado para o interior das muralhas da cidade de Jerusalém, onde os líderes dos Fariseus o confrontam com acusações de blasfémia e o seu julgamento resulta numa condenação à morte. Jesus é levado perante Pôncio Pilatos, o governador da Palestina, que ouve as acusações que se lhe são levadas pelos seus acusadores.
Percebendo que está no meio de um conflito político, Pilatos recorre ao Rei Herodes, mas este devolve o caso a Pilatos, que dá à multidão a escolher entre Jesus e o criminoso Barrabás. A multidão escolhe libertar Barrabás e condenar Jesus. Este é então entregue aos soldados romanos e flagelado. Após este castigo, Jesus é levado novamente perante Pilatos, irreconhecível. Relutante em o condenar à morte, este apresenta-o à multidão como que a perguntar se "isto não é suficiente?". Não é. Pilatos lava as suas mãos do problema, ordenando aos seus homens para cumprir os desejos da multidão.

Jesus recebe uma cruz e é-lhe ordenado que a carregue pelas ruas de Jerusalém a caminho do Calvário, no Monte de Gólgota. Aí, Jesus é pregado à cruz e tem lugar a sua última tentação: o receio que o seu Pai o tenha abandonado...

O argumento de «The Passion of the Christ» baseia-se em várias fontes, incluindo os diários de St. Anne Catherine Emmerich (1774-1824), uma uma freira que tinha visões da vida de Cristo e escreveu várias profecias, recolhidas no livro "The Dolorous Passion of Our Lord Jesus Christ", e nos Evangelhos do Novo Testamento dos apóstolos: S. João, S. Lucas, S. Marcos e S. Mateus. Como se sabe, as últimas horas de Cristo são narradas por estes de pontos de vista diferentes; por exemplo, em S. Marcos e S. Mateus existem dois julgamentos nocturnos antes do julgamento final de Cristo, enquanto que em S. Lucas há apenas um julgamento, que tem lugar de manhã, e em S. João não há julgamento algum.

A produção teve início a 4 de Novembro de 2002, nas cidades de Matera e Craco (Itália). Matera é, aliás, famosa pela sua antiguidade com cavernas e estruturas que serão semelhantes às que Jesus terá conhecido. Mel Gibson inspirou-se em famosas pinturas, tais como a "Pietá" (de Carracci), "Ecce Homo" (de Antonio Ciseri) e "A Crucificação" (de Matthias Grunewald), para criar alguns dos mais importantes momentos do seu filme, falado em aramaico e latim, que define como "uma história sobre amor, sobre sacrifício, mas também sobre perdão e esperança".

Fonte: www.cinema2000.pt

Tuesday, February 01, 2005

Fevereiro | Ciclo_”Ao Largo...”

Mostra dedicada a algumas das obras importantes dos últimos anos que passaram ao largo do circuito promocional alcobacense.

03_02 | 21:30
A Paixão de Cristo – Mel Gibson

10_02 | 21:30
Adeus, Lenine! – Wolfgang Becker

17_02 | 21:30
O Grande Peixe – Tim Burton

24_02 | 21:30
O Amor é um Lugar Estranho – Sofia Coppola

TENTAR O CINEMA!

7.ª à 5.ª - o regresso dos ciclos temáticos a Alcobaça

O cinema é, por si só, uma tentação! Tentá-lo, nas suas mais variadas formas, deverá ser sempre uma ambição. A partir de 03 de Fevereiro, no Pequeno Auditório do Cine-Teatro de Alcobaça, iniciar-se-á, em circuito extra comercial o regresso de ciclos temáticos de cinema.

Promovido a partir da iniciativa 7.ª à 5.ª a programação e divulgação têm como objectivo primordial levar junto do público um conjunto de obras representativas da produção cinematográfica que fazem parte da história do cinema até aos dias de hoje.

A realização de ciclos e mini-ciclos será produzida abarcando as mais variadas modalidades de referência cinematográficas em formato de curta, média e longa metragem: incluindo desde o cinema de género e o cinema de autor, passando pelas cronologias comemorativas de personalidades e obras até à contextualização das grandes escolas e tendências da produção de cinema ou até mesmo a projecção de filme documentário.

Nunca esquecendo a vertente fundamental da sétima arte que é o entretenimento, a rubrica que agora se inicia, tem um intuito essencialmente pedagógico a partir de uma aproximação que passa pelo estímulo do gosto, contemplação, reflexão e debate em torno dos temas propostos.

alberto guerreiro | milton dias